Leia a nossa Carta de Princípios e Valores

15-03-2011 17:20

Liberdade Individual

A liberdade individual é um dos maiores valores do ser humano nos tempos actuais e uma das maiores conquistas do Homem no quadro das sociedades modernas, sendo um valor primordial inalienável. A liberdade do indivíduo ao nível das suas ideias, atos e vontades, é um dos valores que consideramos mais importante para o ser humano e para o são desenvolvimento de uma vivência social e colectiva. Deve ser absolutamente respeitada por todos os cidadãos, Estado e quaisquer Instituições públicas ou privadas, em iniciativas quer de caráter económico quer de caráter social. Contudo esta liberdade deve ser acompanhada por um elevado sentido de responsabilidade pelas ideias, atos e vontades próprias da pessoa humana, no respeito pelos outros cidadãos, pelo Estado e pelas restantes Instituições. É pois essencial que cada indivíduo saiba onde começa e acaba a sua liberdade individual, sem o prejuízo da liberdade do seu semelhante. Deverá ser o Estado, em última instância, o garante dessa liberdade.

 

Família

Entendemos ser a família, nas suas diversas formas, a célula fundamental da sociedade e um dos pilares não só de cada sociedade mas também do equilíbrio de cada indivíduo que a integra. O desenvolvimento social, intelectual e comportamental do ser humano depende, na sua essência, do núcleo familiar e da própria estabilidade desse núcleo. Cada indivíduo deve escolher o modelo de família que mais se adequar à sua vivência social e à sua estrutura mental, mas sempre no respeito pelos outros modelos familiares. Dada a importância que a família representa no crescimento e desenvolvimento das crianças e do equilíbrio do Homem adulto, é essencial que todos prezem, estimulem e protejam as diversas formas de vivência em família e que o Estado, no quadro das suas obrigações sociais, desenvolva as políticas que conduzam ao bem-estar económico e social das famílias, que facilite o trabalho conjugado com a educação dos filhos e que promova o debate, o esclarecimento e crie as condições para que outras formas de modelos familiares sejam aceites.

 

Trabalho

O trabalho deve constituir um direito de todos os cidadãos mas também uma obrigação de cada cidadão. O trabalho é o contributo individual de cada indivíduo na construção de uma sociedade melhor, mais justa, solidária, desenvolvida e evoluída. O esforço decorrente do trabalho produzido pelos cidadãos deve ter o reconhecimento e a devida compensação por parte das organizações em particular e da sociedade em geral, devendo premiar-se a competência, o mérito, a eficiência, os benefícios obtidos e o sucesso alcançado, não só em termos particulares mas também em termos dos benefícios e do bem-estar que possa proporcionar à sociedade. O trabalho deve constituir uma forma de realização humana e de investimento no futuro das gerações atuais e vindouras, devendo ainda servir como elemento da construção e felicidade de cada indivíduo.

 

Independência

Um dos valores fundamentais que partilhamos é o de total independência. Em relação às organizações partidárias ou outras, às correntes políticas, aos modelos sociológicos, sociais ou religiosos de organização da sociedade, às diversas opiniões e correntes de pensamento vigentes ou passadas e em relação aos líderes de opinião. Apenas defendemos a liberdade de expressão e de opinião de forma totalmente independente. É no livre pensamento e opinião, sem sujeição a qualquer tipo de limitações ou tabus quanto a temas a abordar, que encontramos a verdadeira razão para uma intervenção cívica ativa e descomprometida.

 

Sociedade

Viver em sociedade é um dos princípios básicos do ser humano, o qual, tendo como referência o respeito pelos outros seres humanos, deve pautar o seu comportamento e as relações com os outros, procurando desenvolver novas formas de socialização, num quadro de liberdade e responsabilidade individual e coletiva. Entendemos a sociedade como o espaço onde as pessoas se movem, se relacionam, coabitam e interagem, onde se criam normas de conduta que a todos podem favorecer, onde se estabelecem regras, procedimentos e modelos comportamentais que a todos podem servir e proteger, onde o ser humano aprende novas formas de organização. É o espaço onde todos devem contribuir com as suas experiências e conhecimentos com vista a construírem uma sociedade melhor, mais forte, solidária, democrática, justa e coesa.

 

Desenvolvimento

O desenvolvimento constitui um objectivo que cada cidadão e a comunidade em geral devem ter sempre presente no seu quotidiano, dado que é nele que reside o êxito e o progresso económico e social.

É o resultado de um processo iterativo, recorrente e dinâmico que, por envolver muitas variáveis, não tem uma solução única. Para atingir um elevado nível de desenvolvimento (seja individual, coletivo ou nacional), são necessários alguns valores essenciais tais como a responsabilidade, o rigor, a competência e a coragem.

Apenas a adopção de medidas articuladas e sustentadas permite alcançar o objectivo do desenvolvimento. De facto, de pouco serve para o interesse nacional o esforço dos agentes produtivos em assumirem uma forte cultura de trabalho se o Estado, na acepção mais lata da palavra, não praticar a mesma postura empreendedora; mas, por outro lado, também não servirá muito a existência de um Estado moderno e renovado se os agentes tiverem condutas obsoletas ou não progressivas.

Por ser um objectivo de longo prazo, é necessário começar hoje, sendo essencial passar dos discursos, princípios e intenções para as acções.

 

Justiça

A procura e a promoção de uma sociedade moderna e coesa pressupõem a defesa da justiça como um valor primordial. Uma justiça eficaz é essencial para o desenvolvimento económico e social. Uma sociedade justa deve regular de forma adequada as relações entre os seus cidadãos e as suas instituições, através de um sistema judicial eficaz e eficiente. A importância da justiça traduz-se a vários níveis, quer no âmbito económico quer social. Um dos aspectos que melhor caracterizam as sociedades evoluídas é que existam leis justas e que estas sejam cumpridas. Uma sociedade justa proporciona a protecção dos direitos dos seus cidadãos e das instituições que a compõem, respeitando as iniciativas de caráter privado quer no campo económico ou social.

 

Educação

A educação é um dos pilares-base do desenvolvimento humano e das sociedades. É também a base do desenvolvimento do próprio mundo, entendido como o conjunto de todas as sociedades que o compõem e das múltiplas relações que entre elas se estabelecem. É através da educação que cada sociedade transmite aos seus membros um conjunto de princípios, valores e conhecimentos, que permitem que cada indivíduo possa desenvolver as suas aptidões, utilizá-las na sua sobrevivência e crescimento e colocá-las ao serviço da sociedade em que se integra. A educação deve abranger (ao longo da vida do ser humano) um conjunto vasto de competências (técnicas, humanas, morais, etc. ) de modo a permitir que cada indivíduo paute a sua conduta por um conjunto de saberes e valores atualizados de acordo com o estágio de desenvolvimento e as características da sociedade em que se insere.

Tendo em consideração que o crescimento económico moderno deriva da inovação tecnológica e do conhecimento, o qual permite o aumento da criação de valor, a educação não pode deixar de constituir uma prioridade na política de qualquer governo. Uma população com altos níveis educacionais é fundamental para gerar a investigação científica que se traduzirá em inovação tecnológica, crescimento e desenvolvimento.

 

Ciência

A Ciência é o conhecimento aprofundado do ser humano e do seu meio ambiente. Desenvolve-se através de cada um dos seus inúmeros ramos particulares, caraterizados pela sua natureza empírica, lógica e sistemática. A ciência deve desenvolver-se em prol da Humanidade, ou se quisermos ser mais específicos, em prol da sociedade, qualquer que seja a sua forma de organização e estágio de desenvolvimento, de modo a proporcionar ao Homem o aumento da sua qualidade de vida.

 

Economia

A economia é uma ciência que estuda os fenómenos relacionados com a obtenção e utilização dos recursos materiais necessários ao bem-estar da sociedade. Deve, como tal, ser intervencionada pelos diversos agentes económicos, agindo cada um em função dos seus interesses particulares mas também em interacção com os outros agentes. Neste quadro, o Estado deve ter um papel pouco interventivo não prescindindo no entanto do seu papel de agente regulador. Os recursos disponíveis deverão ser utilizados de forma cautelosa, eficiente e ponderada para que se reduzam os gastos desnecessários e se evitem os desperdícios, possibilitando por esta via um desenvolvimento económico e social gradual e sustentado. Mas a economia é acima de tudo uma ciência social pelo que a sua ação deve ter como finalidade a melhoria do bem-estar dos cidadãos através de uma mais justa distribuição da riqueza gerada.

 

Relações Sociais e Humanas

A integração de Portugal na União Europeia, a globalização, a competitividade e a produtividade neste mercado aberto e colectivo, pressiona a nossa sociedade para dar respostas adequadas no sentido de promover essa competitividade e produtividade. Os acréscimos de eficiência económica que se pretendem visam, no nosso entender, atingir um grau de satisfação e bem-estar coletivos na exacta medida em que se promovam avanços económicos capazes de desenvolver o País, de modo a que este desenvolvimento nunca esqueça os direitos sociais e o desenvolvimento social e humano que constitui o objetivo final da riqueza de qualquer nação que pretenda aprofundar a sua democracia.

Para trilhar este caminho é cada vez mais indispensável desenvolver um modelo de coesão social, no seio do qual as relações sociais e humanas se desenvolvam sem um clima de crispação, o que só será possível se houver uma justa repartição da riqueza criada, o que pressupõe o funcionamento adequado das instituições.

 

Portugal na Europa e no Mundo

Maximizar as vantagens da integração europeia e das relações bilaterais à escala mundial tem sido, a todos os níveis, um enorme desafio para o nosso País. Portugal nem sempre tem conseguido alcançar o melhor equilíbrio entre o seu papel de Estado-Membro da União Europeia e a sua vertente atlântica no relacionamento com outros países, especialmente os lusófonos.

O último alargamento da União Europeia veio aumentar decisivamente esse desafio. É necessário uma postura colectiva, de cooperação, que, de uma vez por todas, nos consciencialize para a importância e urgência em encetar medidas certas e duradouras, a serem implementadas no sentido de se encontrar soluções práticas para os problemas vitais da concorrência e da deslocalização do capital para os novos países aderentes.

É hora de assumir que o nosso destino deve ser mudado. A Europa e as restantes regiões do Mundo não podem ser estanques, como alguns podem ainda pensar; bem pelo contrário, são duas faces da mesma moeda e, portanto, vertentes complementares que requerem uma articulação nas políticas a adotar. A relação de Portugal com países como a Índia ou a China são essenciais para nos posicionarmos no mapa mundial. As relações com os países lusófonos são a saída lógica do País para a crise económica e empresarial que atravessa.

Se alcançarmos o tão desejado e quase épico objetivo de aumentar a qualidade e o valor acrescentado dos nossos bens e serviços, conseguiremos assegurar um feito notável que consiste em aproveitar a melhoria da competitividade da economia portuguesa para conquistar novos mercados, melhorarmos o nível de vida de várias gerações, fortalecer o poder económico e político nacionais face ao exterior e, simultaneamente, revermo‑nos na nossa própria História.